Título: Alimento, afeto e resistência cultural: uma análise dos aspectos fundamentais da identidade de imigrantes sul-coreanos por meio da culinária

Resumo: 

Este estudo destaca a importância da culinária coreana como expressão cultural que mantém a identidade da comunidade em São Paulo. Pretende-se compreender a relação cultural existente entre a comida e a construção da identidade coletiva, analisar o quanto a cultura alimentar permeia as normas estruturais cotidianas dos coreanos e seus descendentes, bem como as relações sociais dentro da família e na comunidade coreana. Ao explorar a complexidade desses fatores interligados, revela-se como a comida atua como elemento de preservação da identidade coreana frente a desafios históricos e culturais, sendo um elo com a memória e a resistência.  A pesquisa serviu-se de fontes secundárias e de trabalho qualitativo e etnográfico na observação do tema, destacando-se as entrevistas com mulheres coreanas, e, quanto ao referencial teórico, fundamentou-se na abordagem fenomenológica. Entre seus principais resultados está a relação entre a cultura patriarcal e o protestantismo evangélico na comunidade coreana em São Paulo, tornando clara a importância da análise interseccional dos conceitos de raça, gênero e religião para compreender a mulher e a sua relação com a comida. Influenciada pelos pensamentos fundamentalistas que moldaram a identidade monoétnica (danilminjok) dos coreanos, a adesão aos princípios cristãos, junto com tradições confucionistas, reforça essa dinâmica de dominação tradicional na construção identitária da comunidade coreana em São Paulo.

Palavras-chave: Imigrante Sul-Coreano; Comida Coreana; Alimentação; Identidade; Sociabilidade; Gênero.

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